sábado, 23 de novembro de 2013

As pessoas são boas


"As pessoas são boas. Confie mais no mundo e menos na mídia."


Aline Campbell é uma artista plástica carioca que resolveu viajar pela Europa sem dinheiro. Este seria o resumo simplista e midiático do seu projeto. Seria o que chamaria a atenção de todos. Mas ao assistir o vídeo do projeto vemos muito mais. Aline questiona nossas relações e interações, nossos conceitos e preconceitos, nossos valores (que nem sempre são nossos).



De tanta coisa que ela diz no vídeo e que daria material para vários posts, hoje quero refletir sobre uma que sempre me incomodou: por que a mídia só mostra os acontecimentos e pessoas ruins?

O Natal está chegando e acontece um fenômeno interessante. Surgem nos noticiários várias matérias sobre pessoas fazendo caridade, funcionários que se juntam para dar uma festa de Natal, voluntários solitários que angariam presentes para distribuir na favela, centenas de papais noéis brotando da boa vontade de um indivíduo ou grupo. Lindo, inspirador, demais!

Mas passa o Natal, o Ano Novo e chega janeiro. E a mídia volta para o "padrão mundo negro". As mortes nas estradas, as chacinas, os índices governamentais, os assassinos cruéis.

As pessoas só tem boa vontade no Natal? Coisas boas só acontecem nessa época? O espírito natalino dá um revertério mental de curto prazo na sociedade?

Não né! ONGs trabalham o ano todo, pessoas têm grandes gestos em todas as estações, o ser humano sempre surpreende positivamente. E eu fico chateada de não encontrar boas notícias em grande quantidade no noticiário. (Porque eles dão uma ou outra de vez em quando para mostrar sua "imparcialidade", mas é bem pouquinho, vai que o povo resolve ser bonzinho e eles ficam sem material escandaloso para viver.)

Fica o questionamento que pode mexer com a forma de extrair opiniões sobre o nosso redor:

Será que o que a mídia apresenta é tudo o que realmente está acontecendo no mundo, em toda sua extensão?

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A entrevista completa da Aline Campbell no ótimo site "Jardim do Mundo" pode ser lida aqui.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sobre as pequenas grandes mudanças

O estalo veio com o vídeo abaixo, mas desse estalo questões e ideias surgiram.



Muitas vezes me perguntei como mudei alguns conceitos, atitudes, opiniões. Como resolvi aqueles percalços que pareciam o fim da trilha. Como a pessoa que hoje aparece no espelho conseguiu superar problemas e tormentos que ainda observo naqueles que me cercam. E não acho o "ponto da virada". Não consigo exemplificar como resolvi ou porque desencanei de determinadas coisas. Não consigo lembrar do momento que eu disse um basta.

Porque esses momentos não existem na maioria das vezes. Salvo momentos cruciais da minha vida, que ainda posso discutir se houve ou não uma trombeta tocando anunciando a grande transmutação, no geral a vida é feita de pequenas mudanças. Como no vídeo.

Estas últimas semanas me demonstraram mais uma vez isso. Mudanças são pontos gregários. A cada dia acrescentamos uma pequena coisa: uma opinião, um vídeo, uma confirmação, uma conversa, um suspiro, um livro. Esse ponto de convergência um dia se torna uma grande rampa da qual atravessamos rumo a um caminho que já nos parece o único, o mais óbvio. Muitas mudanças nem são sentidas, mudamos muitas vezes sem dor, sem trauma.

Enquanto estamos pesquisando novos caminhos, sondando novos rumos, suspirando achando que não tem como mudar nada, que vai ser difícil achar alguma alternativa, colocamos uma pedrinha na rampa sem perceber. E quando nos damos conta, mudamos de caminho já.

Ai, que fácil, né Dona Elisa! Não, não disse isso. Muitas mudanças na minha vida não foram fáceis e nem suaves. Essas eu me lembro bem, ouvi "as trombetas", chorei, esmurrei e encrenquei (básico na criatura aqui). Hoje eu quis refletir sobre aquelas que eu nem percebi, que só me dei conta quando um dia resolvi sentar numa pedra do meu caminho e olhar para trás, para a paisagem, para lembrar o trajeto. E me espantei.

Porque as vezes a gente muda nos pequenos gestos, apenas colocando a cadeira sob um novo ângulo.

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Esse vídeo inspirador foi visto em um blog tão inspirador quanto, que merece muitas visitas:
Agora Sim!